segunda-feira, 19 de abril de 2010

as chamas se foram há algum tempo, mas a dor continua la fora.


sempre fui medrosa - fato estampado no meu toque pegajoso e sutilmente perigoso-, sempre quis pular mais alto que o voo me permitiria, sempre quis tudo ao mesmo tempo, e ao mesmo tempo nada. sempre quis algo que fosse tecnicamente meu, mas que eu nao precisasse chamar de meu, e nem ao menos mandasse ser meu, queria que simplesmente fosse meu por destino, força maior, ou qualquer outra coisa do tipo. queria sufocar-me em palavras, até mergulhar nessa imensidão desconhecida que exploro em todas as noites sozinhas, reflito, paro, ago, concretizo : é tudo tão distante de mim, e ao mesmo tempo, tão perto. tenho tudo, e nada, em fraçoes de segundos. felicidade instantanea encontro em frascos menores, musica para meus ouvidos, sinto-me em outra dimensão. sempre fui medrosa.
meu travesseiro esconde meus maiores segredos, os quais eu faço questao de esquecer todas as manhas, " mantenha-se lúcida princesa ", vez ou outra , me disseram isso... vez ou outra, lembro disto. visto-me feito dama para matar, ( ou ser morta), visto-me com armadura para enfrentar anjos e demonios que habitam a dois passos de meu esconderijo. cá estou, nesse imenso e torturante labirinto, e são tantas as possibilidades de fuga, que começo a ficar até mesmo zonza com isto. meus pés querem saltar mais alto, quero ter ASAS, mas não as tenho....
quero voar até seus braços ou de qualquer outro alguém. tic-tac, tic-tac, as horas passam voando, tic-tac, tic-tac, os anos me esperam lá fora, sempre fui medrosa....

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