sábado, 2 de outubro de 2010

Eu nunca havia me dado conta de que eu tinha janelas. Grandes, largas, menores, minusculas... janelas! E eu até que passava por elas, despercebidas num canto escuro da sala, será que só eu não as via? Aos olhos daquela adoravel criatura, as janelas passaram a ser o mundo dela.
Quase tudo o que vivemos não passa de uma mera e sutil projeçao – somente nossa – que é jogada a esse mundo de realidade vivida a sangue frio, e há quem, é privado de tudo isso. Eu a via caminhar de maneira pesada, e por todas as vezes suas lagrimas tomaram conta da estetica das linhas do seu rosto, seus olhos viviam tão cansados, mas neles eu ainda via uma luz de vontade, diria mais do que uma luz, era algo com uma intensidade tão aparente, que eu chegava a sentir em mim.
Nunca consegui entrar na mente das pessoas, nem ao menos saber o que elas pensam, mas certamente, conseguira imaginar o que poderia se passar na cabecinha dela. O mundo dela se limitava a uma largura de não sei quanto centimetros, e uma moldura marrom, e ela via tudo aquilo la fora como algo totalmente fora e distante da sua nova realidade. E eu que pensava que as coisas pra mim tinham dado errado, que egoismo o meu.

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